"A finalidade da educação...é contestar o impacto das experiências do dia-a-dia, enfrentá-las e por fim desafiar as pressões que surgem do ambiente social.Mas será que a educação e os educadores estão à altura da tarefa? Serão eles capazes de resistir à pressão? Conseguirão evitar ser arregimentados pelas mesmas pressões que deveriam confrontar?"

Zygmunt Bauman, 2007


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

VÍDEO: A Servidão Moderna ("De la Servitude Moderne", França - Colômbia, 2009, 52min - Direção: Jean-François Brient)

Neste magnífico filme francês, de Jean-François Brient (2009), são explorados de forma impactante os efeitos da dominação do capital sobre a vida humana. Diversos cenários são analisados, desde a submissão do trabalhador a uma lógica empresarial perversa, os efeitos da aculturação midiática e da indústria publicitária, até os danos planetários de uma sociedade organizada em torno das mercadorias e do consumismo. Trata-se de uma excelente ferramenta para discussão dos efeitos da liberdade concedida ao capital, tão cara às análises de Zygmunt Bauman, e para reflexões teóricas em torno dos dispositivos socializadores da sociedade de consumo.
Obs: Caso a legenda não apareça imediatamente, clique no ícone legenda na barra inferior da caixa de vídeo do youtube e, em seguida, em adicionar legenda.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

VÍDEO: Homenaje a Zygmunt Bauman en el festival Rototom Sunsplash 2012

No breve vídeo acima, professores espanhóis comentam a importância do pensamento de Zygmunt Bauman para a sociedade contemporânea. Essa breve homenagem foi gravada durante a realização de um Fórum Social, que contou com a presença de Bauman, como parte das atividades do Festival Rototom Sunsplash, em Benicàssim, Espanha. O evento foi realizado entre os dias 16 e 22 de Agosto deste ano.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

VÍDEO - Turistas ou peregrinos? Yves de La Taille, Professor da USP, reflete sobre a sociedade contemporânea a partir de conceitos de Zygmunt Bauman.

Na palestra realizada em 2011, para o Café Filosófico, da Tv Cultura, o psicólogo e pesquisador reflete sobre a produção do sujeito contemporâneo e perpassa questões centrais na obra de Zygmunt Bauman.
Acima, pode ser conferido o vídeo na íntegra do programa.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O pensador da liquidez: Revista Carta Capital problematiza a educação a partir de Bauman


Por Valter Bracht, Ivan Marcelo Gomes e Felipe Quintão de Almeida, professores da Universidade Federal do Espírito Santo e coautores de Bauman & a Educação (Autêntica) - 13.04.2012 14:58
Apesar da profícua produção intelectual e da atuação na vida pública desde os anos 1950, Zygmunt Bauman somente ganhou notoriedade no cenário sociológico mundial no fim dos anos 1980. No Brasil, seu reconhecimento é ainda mais tardio, fazendo-se aqui notar somente no fim dos 1990. Desde a repentina proliferação de seus escritos no País, o ecletismo característico de sua escrita sociológica tem despertado a atenção de muitos pesquisadores e do público “não profissional”. Apesar de ter se transformado numa espécie de best seller do mercado brasileiro, não houve, por outra via, um crescimento de investigações de maior fôlego de sua obra no País, ao contrário do que acontece no âmbito internacional.
Alguns estudiosos do sociólogo costumam dividir sua obra em três fases: a primeira, marxista, situa-se nos anos 1960 e 1970, quando as discussões sobre o capitalismo e o socialismo orientam suas análises. Nos anos 1980, dedica-se a uma crítica da modernidade e suas utopias/distopias (fase modernista), o que acabou o levando, por um lado, à aproximação com perspectivas que são interpretadas como pós-modernas e, por ou, desencadeou nele o interesse pelo tema da moral. Por fim, há os livros e análises sobre tópicos da modernidade na atualidade (globalização, comunidade, identidade, refugiados, consumo etc.) que compõem, para Tester (2004), sua fase mosaica.
Na transição da segunda para a terceira fase, Bauman evita, em razão das confusões semânticas, o uso da expressão “pós-modernidade”, propondo a metáfora da liquidez como chave de leitura que mais bem permite pensar as questões que acometem os habitantes do atual estágio moderno.
Fábrica da ordemEmbora não tenha escrito extensivamente sobre o tema, o sociólogo também aborda a educação de duas maneiras. Na primeira, como no livro Legisladores e Intérpretes: Sobre a modernidade, a pós-modernidade e os intelectuais, vai demonstrar-se, muito influenciado pela clássica interpretação de Michel Foucault, como a escola foi uma instituição funcional ao estabelecimento da ordem como tarefa da modernidade. Podemos pensar nela como o tempo-espaço em que as ambições legisladoras dos intelectuais modernos e as ambições ordenadoras do Estado se concretizaram sem disfarces.
A educação escolarizada representou um projeto capaz de fazer da formação dos indivíduos exclusiva responsabilidade da sociedade e, em especial, dos governantes. Isso pois é direito e dever do Estado formar seus cidadãos e garantir sua conduta correta, vale dizer, o comportamento na direção do projeto racional e, no caminho, introduzir ordem em uma realidade antes despojada de seus próprios dispositivos de organização. A escola era a sede a partir da qual se universalizavam os valores utilizados para a integração social. Os intelectuais (professores e/ou educadores) eram os únicos capazes de fornecer a receita aos incultos e vulgares do que seria uma vida correta e moral. E a educação, por sua vez, uma declaração da incompetência social das massas e uma aposta na ditadura do “professorado” (déspotas ilustrados), guardiões da razão, das boas maneiras e do bom gosto.
Não é de estranhar, portanto, que Bauman, naquele livro, tenha concebido a educação escolarizada como o conceito e a prática de uma sociedade amplamente administrada. Em um texto mais recente, publicado em A Sociedade Individualizada, o pensador retoma essa interpretação da educação escolarizada como fábrica da ordem, destinada à produção de corpos dóceis, disciplinados e eficientes, e a analisa levando em conta a “transição” da modernidade sólida à líquida (passagem outrora caracterizada pela oposição entre modernidade e pós-modernidade). A conclusão a que chega, pressuposta, porém não explicitada, em Legisladores, é que essa concepção da escola e da educação enfrenta uma grande crise desencadeada pela “falência” das instituições e da “filosofia” herdada da modernidade sólida.

A educação como um produto
 
Na segunda forma de abordar a educação, o autor desenvolve a tese de que, concebida para um mundo ordenado, em que tudo o que estava sólido se desmanchava no ar sob a promessa de estruturas ainda mais duráveis, a forma escolar moderno-sólida tinha em seu horizonte perspectivas de longa duração, baseadas em um processo educativo que, indiferente à novidade, ao acaso e à desordem, visava alimentar os aprendizes com uma educação para toda a vida. Nesse contexto, o conhecimento adquiria valor proporcional à sua duração e a escola tinha qualidade na medida em que fornecia esse saber de valor duradouro.
A educação escolarizada foi, assim, visua-lizada como uma atividade voltada para a entrega de um produto que poderia ser consumido hoje e sempre. Bauman compreende que, com a passagem da modernidade sólida à líquida, tanto a ordem imutável do mundo como a da “natureza humana” se encontram em apuros. Eram esses pressupostos que garantiam os benefícios da transmissão do conhecimento aos alunos e forneciam ao professor autoconfiança para “gravar” na cabeça daqueles a forma que presumia ser, para todo o sempre, justa, bela e boa – e, por isso, virtuosa e nobre.
Aprendemos com seu diagnóstico que esse tipo de ordem social imutável é tudo o que não temos na sociedade que fez da liquidez seu paradigma. Para o sociólogo, o “mundo do lado de fora” das escolas cresceu de modo diferente daquele para o qual elas estavam preparadas a educar. Assim, preparar para toda a vida adquire novo significado diante das atuais circunstâncias sociais. Ou, no mínimo, certa descrença em relação ao seu potencial aplicativo.
Em ambas as abordagens, todavia, a estratégia de Bauman é semelhante: tratar a educação a partir dos conceitos, categorias ou metáforas empregadas no seio de sua sociologia. O mesmo é verificado no tratamento que o autor confere a outros temas.
O potencial da sociologia de Bauman para pensar a educação no contemporâneo não se esgota no que o próprio autor escreveu sobre ela. Ao contrário, há em sua obra conceitos e/ou metáforas que podem ser utilizados (e têm sido) na perspectiva de se pensar a educação no contemporâneo. Não surpreende identificarmos, cada vez mais, referências a ele em congressos, dissertações, teses, seminários, artigos científicos etc. A ponto de seu nome já despontar entre as principais referências dos grupos ligados ao Grupo de Trabalho Currículo, da Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação.
 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Cadernos Zygmunt Bauman publica nova edição






 
O Periódico semestral Cadernos Zygmunt Bauman publicou nova edição, trazendo trabalhos que problematizam diferentes aspectos das ciências sociais, da filosofia e da educação.
Podem ser enviadas contribuições para a revista em qualquer período do ano, pois as submissões se encontram abertas em fluxo contínuo.
A edição atual pode ser conferida no link abaixo:

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

VÍDEO: Zygmunt Bauman e a Pós-modernidade.

Nesta palestra do filósofo Luis Felipe Pondé, da série "O diagnóstico de Zygmunt Bauman para a pós-modernidade", mais uma vez a tv cultura nos brinda com uma oportunidade de refletir e aprofundar os conceitos de Bauman.
 

VÍDEO: Yves de La Taille analisa a Sociedade de Consumo a partir de Zygmunt Bauman e Jurandir Freire Costa



No presente vídeo, o Prof. Yves de La Taille, da USP, fala sobre as repercussões da sociedade de consumo para o comportamento do sujeito contemporâneo. Na presente mesa, parte do II Fórum Internacional Criança e Consumo, intitulada "Sociedade, Consumo e Infância", o psicólogo e pesquisador nos traz então apontamentos conceituais importantes e que nos auxiliam a compreender a produção de subjetividade na sociedade de consumidores. O evento foi promovido pelo Instituto Alana, e a mesa redonda referida acima ocorreu no dia 24/09/2008.

VÍDEO: Zygmunt Bauman, la crítica como llamado al cambio

Nesta entrevista de Zygmunt Bauman a uma rádio espanhola, o sociólogo polonês analisa de forma aprofundada os efeitos subjetivos do contexto líquido-moderno para os sujeitos contemporâneos. Trata-se de uma entrevista muito interessante, onde o autor disserta sobre temas como insegurança, confiança e responsabilidade.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

"Los migrantes son el principal residuo humano de la globalización":charla con Clarín.

30/05/10
 
“Los migrantes son el principal residuo humano de la globalización”Zygmunt Bauman nació en 1925 en Poznan, Polonia, pero vive, enseña, siente y piensa en Leeds, Inglaterra. Sus conclusiones como sociólogo sobre la globalización son puntos de partida para las ciencias sociales en todo el planeta. Creó el concepto de modernidad líquida en contraposición a la modernidad sólida, donde se mantenía la ilusión de que los problemas tenían solución y que serían inmutables. Desaparecida la solidez, se impone la liquidez como metáfora de lo inasible.
¿Qué significa este premio? Los físicos, químicos, geólogos, astrónomos no conversan con sus objetos de estudio. Para los que trabajamos en humanidades y ciencias sociales, el estudio es una conversación infinita. Lo que nuestros “objetos” piensan y dicen importa. En nuestro caso, el reconocimiento público, como este premio, no es sólo un halago para el ego, nos está diciendo que estamos en el camino correcto, que no hemos errado la senda, que nuestro trabajo tiene sentido, que ayuda a que la gente vea con más claridad qué cosas la mueven e incluso viva su vida de un modo más sensato, honesto y digno… Se escuchan voces que propician el retorno del humanismo, donde uno es el centro del universo. ¿Cómo le sienta esta idea? Ojalá las cosas fueran tan simples como sugieren algunos filósofos. Este “retorno del individuo” refleja la tendencia actual a dejar a los hombres librados a su suerte, exhortarlos a buscar soluciones individuales a problemas de origen social y obligarlos a tratar, en vano, de aplicar esas soluciones con la ayuda de sus recursos individuales, magros. Entonces, todos somos “individuos por mandato del destino”, pero la mayoría de nosotros bregamos por convertirnos en individuos de facto, es decir en personas capaces de autoafirmarse y controlar auténticamente su vida. A muchos de nosotros nos parece claro (y es profundamente frustrante) que los filósofos que toman la promesa de la autosuficiencia viven en las nubes: robustecen y perpetúan una ficción en lugar de ayudarnos a desenmascarar el engaño y el autoengaño en que se basa, y de permitirnos ver a través del engaño los verdaderos mecanismos sociales que moldean nuestro destino y frustran nuestros esfuerzos para cumplir con el mandato y hacer realidad la promesa.
En su último libro “Mundo consumo”, analiza la identidad atacada por un mundo escaso en valores éticos. ¿Es muy difícil conservar hoy la identidad laboral, cultural...? Este es un mundo incierto, expuesto a sorpresas desagradables tanto como agradables. Los vínculos humanos en los que nuestra identidad buscaba un refugio seguro son cada vez más frágiles y solubles. Necesitamos conciliar dos tareas incompatibles: hacer que nuestras identidades sean seguras y al mismo tiempo conservar la capacidad de convertirnos en otra persona. Second Life o Facebook nos sugieren que eso puede hacerse, y es por eso que más y más de nosotros tratamos de protegernos en el mundo online , donde eso “puede hacerse”, de la dura realidad del offline , donde es evidente que no puede hacerse. Combatimos en dos frentes simultáneamente: contra la amenaza constante de la exclusión y contra el peligro de “quedar fijados” cuando tantas personas a nuestro alrededor y en la pantalla parecen estar en movimiento.
¿Quiénes son los nuevos “residuos humanos” (víctimas de la desigualdad global) en el contexto global actual? El residuo humano es subproducto inevitable de la modernización. La doble intención del esfuerzo modernizador es imponerle orden a la desordenada contingencia y lograr “progreso económico” (producir bienes con menos costo y menos mano de obra). El ordenamiento hace que algunas personas sean “inadecuadas”. Son un “descarte social” al que la sociedad es incapaz o reacia, o a la vez incapaz y reacia, de darle cabida. Por lo tanto, la modernización es también, inevitablemente, una era de migración masiva. Los migrantes son el principal “residuo humano” del nuevo “contexto global”. También son un tipo de residuo potencialmente tóxico para el cual todavía no se han diseñado plantas de reciclaje.
¿Cuál ha sido el mejor momento de su vida hasta ahora? Cuando tenía aproximadamente mi edad (85 años), Wolfgang Goëthe declaró que había tenido una vida muy feliz. Pero agregó: “Aunque no puedo recordar una sola semana plena y verdaderamente feliz…” Ese es, me parece, el exasperante misterio de la felicidad. Y es, pienso, la razón por la cual tanta gente busca la felicidad de un modo que hace sumamente difícil encontrarla.
 
Fonte:

“Da la impresión de que todo anda fuera de control”: El sociólogo Zygmunt Bauman mantuvo una conversación con El País.


El pensador polaco Zygmunt Bauman, en la playa de Voramar. / ÁNGEL SÁNCHEZ

 
El sociólogo Zygmunt Bauman mantuvo una conversación con este diario el sábado en Benicàssim con motivo de su participación en el festival de reggae Rototom. Lo que sigue son extractos de los pensamientos que desarrolló durante la charla.
 
“La información es muy fácil de conseguir ahora. Vas a Google, haces una pregunta y recibes una respuesta. El problema es que no es una sola, sino que son millones. Cuando yo era joven anhelaba tener la clase de acceso a la información que tengo ahora, pero con el pasar de los años he descubierto que el exceso de información es peor que la escasez. Ahora los temas cambian continuamente. El interés de las personas fluctúa con enorme facilidad”.
 
“Nos estamos distanciando del pasado a toda velocidad, de lo cual resulta el impacto de dos fuerzas, una es la fuerza del olvido y la otra, la de la memoria. No hay tiempo para entrar en materia, de modo que la memoria guarda un recuerdo deformado del pasado. No sabemos cuánto van a durar las concepciones que se establecen con unos cimientos tan débiles. Esto no es serio. El problema es cómo conseguir llegar a la información relevante, cómo distingues la basura de lo relevante. Se trataría de saber si un año después le interesa a alguien lo sucedido el año anterior, si dejó algún rastro”.
 
“Simpatizo con el movimiento del 15-M, aunque no les veo capaces de cambiar nada. Pero no los culpo por ello. Sucedió lo mismo con Wall Street, tuvo un enorme eco en los medios, en la cultura, los político, incluso en los críticos sociales… ¿Sabe quiénes fueron los únicos que irónicamente ni se enteraron? Los peces gordos de Wall Street. Están buscando nuevas formas de cambiar las cosas, y eso es loable, pero de momento no las han encontrado. En esta confusión tiene mucho que ver el fenómeno de las redes sociales. Si un chico pasa tres horas diarias en Facebook tejiendo formas de comunicación alternativa es natural que crea la ilusión de que ha construido un espacio de democracia diferente. Cuando no hay ninguna sola prueba de que esta sea efectiva”.
 
“Nada es estable. Es muy propio de la modernidad líquida. Antes construías el conocimiento como quien construye una casa. Ahora se parece más bien a un tren que pasa sobre los raíles y no deja ninguna huella en la tierra”.
 
“Cuando escribí el libro [Esto no es un diario, editado por Paidós], la economía estadounidense daba signos de recuperación. Pero curiosamente el 93% de los ingresos extras provenientes de esa recuperación fue para el 1% de la población. Los problemas sociales siguen con nosotros y no tienen muchos visos de solucionarse. Nadie sabe a ciencia cierta cuánto tardará el problema del desempleo en arreglarse en España. Da la impresión de que todo anda fuera control”.
 
“Los políticos en esta época de la modernidad líquida se encuentran en una encrucijada. Por un lado, está la presión de los electores. Y por el otro están acogotados por la presión de la austeridad. Los recortes nadie los quiere. Hacen la vida más difícil. Por un lado desean mantener el estado de bienestar, pero por el otro tienen la orden de aniquilarlo. Cada cuatro años hay una nueva elección y entonces tendrán que escuchar lo que dicen los electores. Por el otro, están los mercados, que carecen de escrúpulos, de la solidaridad comunal. Es una situación complicada. Nominalmente el gobierno es responsable de lo que sus electores desean; por el otro, sufren factores que son extraterritoriales”.
 
“El proceso de la globalización es tortuoso. Hay fuerzas que están globalizadas: las finanzas, los mercados, el terrorismo, el tráfico de armas y de drogas. Mientras tanto, los poderes democráticos siguen siendo locales, nacionales. Aún vivimos bajo la sombra del Tratado de Westfalia. Acabó con la Guerra de los 100 años, y eso fue bueno. Básicamente vino a decir que cada rey, cada príncipe podía decidir en qué clase de dios sus súbditos deben creer. Nació el concepto de la soberanía nacional. Seguimos operando con el viejo patrón, pero con una intolerable presión proveniente de la globalización”.
 
“Toda mi vida, y he tenido una larga existencia, siempre he tenido la impresión de que las jóvenes generaciones si se aplicaban al estudio y obtenían buenos niveles de educación, les aguardaba una larga carrera. Las nuevas generaciones comenzaban donde habían terminado las anteriores. Se daba por sentado. Es la primera vez en que la generación más joven tienen las mejores expectativas (buena educación, idiomas) y ningún futuro. La juventud está cerca de acabar en la cuneta, corre el riesgo de ser redundante”
 
“Ocupar la plaza, como se ha hecho en Madrid o en Wall Street, no soluciona el principal problema y es que el poder ya no lo controlan los políticos y que la política carece de poder para cambiar nada. Tampoco creo que sirva ocupar un supermercado, como se está viendo estos días en España”.
 
“Como estamos padeciendo una crisis detrás de otra, no prestamos atención a lo que es definitivo: no podemos seguir viviendo como vivíamos, no podemos consumir como antes. Y eso es un hecho. Hay que olvidar de una vez que la felicidad esté relacionada con la adquisición de bienes”.
“La clase política durante mucho tiempo ha aplicado una sola idea a la resolución de los problemas sociales: incrementar el consumo. Vivimos en un planeta que no admite más explotación de los recursos. Extender los patrones de consumo de los países desarrollados al resto del planeta es impensable si queremos pervivir”.
 
“Estamos alcanzando niveles de desigualdad cercanos a los del siglo XIX. En la antigua sociedad de los productores, los jefes y los empleadores eran dependientes entre sí. Ahora esa relación se ha quebrado. Antes, un trabajador de la Fiat o de Ford estaba empleado en la compañía durante treinta o cuarenta años. Ahora, la media de permanencia en una empresa de un trabajador de Silicon Valley es de ocho meses. Creo que la diferencia es elocuente por sí misma. Hoy, los herederos de Ford pueden coger su iPhone traspasar todo su capital a un país en el que la gente sigue viviendo por un dólar diario. Y donde la fuerza laboral es barata, no hay sindicatos y los gobiernos corruptos están dispuestos a cualquier cosa. Pueden mudarse, pero los trabajadores no pueden. La dependencia mutua ha sido sustituida por la unilateralidad. Los empleados necesita al patrón, pero no al revés”.
 
“Preguntas como si los ciudadanos tenían más miedo hace cien años que ahora, si sufrían más o no son imposibles de contestar. Esa gente que sufría entonces no estaba en la misma situación que nosotros ahora, por lo que no es posible la comparación. El hecho de haber vivido mucho permite a un sociólogo experimentar muchos momentos diferentes. Mi conclusión hoy, a los 88 años, es que no he encontrado ninguna sociedad perfecta. La felicidad nunca es completa. Cada sociedad tiene sus problemas. Lo más inquietante de la sociedad contemporánea, y la idea es del filósofo francogriego Cornelius Castoriadis, es que ha dejado de hacerse preguntas a sí misma. El gran peligro es cuando crees haber dado con la sociedad perfecta. La búsqueda de la sociedad perfecta no tiene fin y eso es bueno. El afán por mejorar es uno de las mejores cosas de la condición humana”.
 
“Cuando sucedió la revolución verde en Irán, Hillary Clinton saludó el nacimiento del nuevo Irán para felicitarse por haber presenciado de la primera revolución de Internet. Se oyeron cosas como que la gente disparó con sus Twitters en respuesta a las balas reales del poder. Luego quedó demostrado que solo unas 60 personas realmente tienen esa herramienta en Irán. Y que al final resultó una revolución de las de toda la vida, en la que la gente se involucró por las vías tradicionales, por el trato personal. Al final, nada cambió, salvo una cosa: nunca resultó tan fácil para la dictadura atrapar a los líderes de la revolución. Solo tuvieron que teclear los nombres en Google. Clinton celebrando la libertad de Internet es un gesto irónico, sobre todo ahora que sabemos que quieren cortarle la cabeza a Julian Assange por emplear la libertad de expresión en la Red. Lo que en Irán consideraba un gran paso para la democracia, en EE UU es un atentado contra la seguridad nacional. Es de locos”.
 
“La extinción de los intelectuales daría para una larga charla aparte. Resulta una cuestión dolorosa, en cualquier caso. Michel Foucault explicó que uno de los grandes problemas de nuestro tiempo llegó cuando pasamos del concepto del intelectual total al del intelectual parcial. Según esa idea, cada cual defiende lo suyo. La figura del intelectual debería usar su autoridad pública, su influencia para aportar a la solución de los problemas, a la creación de valores sociales. El intelectual parcial que solo defiende lo suyo es en sí mismo una contradicción. Cuando yo era joven la palabra intelectual se empleaba asociada con la idea de la gente, de la comunidad. Esta conjunción ha sido rota. El contrato entre la sociedad y el intelectual se ha quebrado. Además, ya no tiene la capacidad para llegar a nadie. Ese poder lo tienen los medios”.
 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

"Viver sob pressão de mudanças constantes e, em geral, imprevisíveis favorece uma cultura do esquecimento, em vez de uma cultura do aprendizado e da lembrança", afirmou Bauman ao Valor Econômico.

Excesso de liquidez.

Por Marcos Flamínio Peres | Para o Valor, de São Paulo, 11/05/2012.

Getty Images / Getty Images
Zygmunt Bauman é hoje uma grife da sociologia, lido, citado e compartilhado em toda parte. Esse status se deve em grande medida ao seu conceito de "modernidade líquida", aplicado às sociedades pós-industriais que perderam o sentido de "pertencimento".
Desde os anos 1960, explica, houve uma aceleração radical das mudanças sociais e tecnológicas, o que acentuou os sentimentos de mobilidade e individualidade em todos os setores da vida cotidiana: família, posição social, emprego, orientação sexual, relacionamentos amorosos etc.
Bauman desenvolveu essa tese em "Modernidade Líquida" (2000), desdobrada em vários outros títulos que o levariam a conquistar um público fora dos muros da academia: "Amor Líquido", "Vida Líquida", "Medo Líquido" e "Tempos Líquidos" (todos publicados pela editora Zahar).
Essas sociedades "leves" e "líquidas" perderam o sentido de solidez e estabilidade, defende o sociólogo. Em consequência, o ser humano tornou-se mais autônomo, o que é um ganho, mas passou a conviver com um fardo pesado: o sentimento de incerteza. E esse estado, diz Bauman na entrevista abaixo, é "provavelmente irreversível".
Outras mudanças acentuaram mais drasticamente esse quadro: a globalização, a internet e o consumismo.
Professor emérito da Universidade de Leeds (Reino Unido), Bauman deixou a Polônia em 1971, fugindo da perseguição antissemita promovida pelos comunistas. Talvez tenha sido esse olhar "de fora", de alguém vindo da periferia do continente europeu, que lhe permitiu apreender as transformações agudas por que vinha passando as sociedades ocidentais do capitalismo avançado.
Também deriva desse ponto de vista periférico seu entusiasmo, às vezes ingênuo, com o papel que países emergentes como o Brasil podem exercer na nova geopolítica que se configura. "Eles são laboratórios nos quais novos modos de coabitação humana são concebidos e testados."
Na entrevista a seguir, Bauman fala igualmente do recém-lançado "Ensaios sobre o Conceito de Cultura" (Zahar, trad. Carlos Alberto Medeiros, 328 págs., R$ 49,90), obra de sociologia "dura" e leitura atenta, mas onde discute os fundamentos teóricos destes novos tempos "líquidos".

Valor: "Ensaios sobre o Conceito de Cultura" foi escrito 37 anos atrás, quando os estudos culturais estavam apenas começando a se consolidar nos departamentos de ciências humanas, enquanto hoje são hegemônicos. Tantos anos depois, o que mudou no debate intelectual?

"Na Europa, o nacionalismo não está em crise porque o que está em crise é justamente a soberania do Estado-nação"
Zygmunt Bauman: Alguns anos atrás, quando este livro foi reeditado, me pediram para escrever uma nova "Introdução" justamente para responder a essa pergunta. Mas o aspecto interessante é que as mudanças verdadeiramente seminais ocorridas na sociedade e no papel da cultura se cristalizaram somente poucos anos atrás, após essa "Introdução" haver sido escrita e publicada... Tentei traçar e interpretar essas mudanças em "Culture in a Liquid Modern World" [que sai no Brasil em 2013 pela Zahar]. As mudanças que observei ali são, antes de tudo, uma transformação progressiva da cultura em commodity. A cultura passou de uma função "homeostática", estabilizadora, para servir ao mercado consumidor e promover a flexibilidade, a fome por novidades e a nova "onivoria cultural" das elites formadoras de opinião.

Valor: O senhor diz ali que vivemos hoje em uma "era da reciclagem", na qual as ideias são "enterradas vivas". Quais as consequências disso para o modo como vivemos?

Bauman: Viver sob pressão de mudanças constantes e, em geral, imprevisíveis favorece uma cultura do esquecimento, em vez de uma cultura do aprendizado e da lembrança. Não temos tempo para digerir e assimilar novas informações antes que sejam afastadas de nossa atenção, espremidas por novidades mais recentes - do mesmo modo como substituímos velhos aparelhos pelos novos, recém-distribuídos nas lojas, e que possuem um ou dois recursos que seus predecessores não têm... Na sociedade consumista da modernidade líquida, as coisas começam a envelhecer já no momento em que nascem, e a distância temporal entre acolhê-las entusiasticamente e rejeitá-las como ultrapassadas vem se encurtando em uma velocidade cada vez maior.

Valor: O avanço da internet e das redes sociais tem algo a ver com sua afirmação segundo a qual "nada parece estar verdadeiramente morto ou vivo"?
Bauman: A tecnologia digital, com seu espaço infinito para armazenar informação, intensificou esse processo a que me referi acima: não temos mais necessidade de expandir nossa memória pessoal, na medida em que toda informação existente está mantida em segurança em servidores da Web e pode ser recuperada quando o desejarmos. Hoje podemos esquecer sem nos sentirmos culpados... E fazemos isso. As coisas esquecidas não estão mortas - ou, ao menos, parece. Entretanto, se essa ideia é reconfortante, ao mesmo tempo é enganadora e potencialmente danosa. Nenhuma de suas consequências de longo prazo são realmente encorajadoras. Já seus resultados imediatos são a fragilidade dos limites do homem e o status provisório de quaisquer soluções para os problemas, além das sensações de desconhecimento - mais do que a capacidade de entender- e de impotência - mais do que a capacidade de agir efetivamente e com confiança no resultado.

Valor: Vivemos em um tempo mítico, sem passado nem futuro?
Bauman: Hoje, o "tempo real" se constitui no padrão em relação ao qual todos os outros tempos são comparados. O valor supremo é a imediatez. Não há nada "mítico" nisso. Trata-se, antes, do fato de que essa preferência atual faz com que todos os outros tempos imagináveis pareçam serem percebidos como míticos! Somente o tempo vivido cotidianamente parece e é sentido como "real". Tudo aquilo que reside no "passado" e no "futuro" foi descartado. Nossas vidas, por assim dizer, são uma sucessão de "momentos presentes" - chamei tal percepção temporal de "pontilhista", para distingui-la da percepção até então dominante, a de imagens "cíclicas" ou "lineares". A história é hoje uma série de presentes, e esse presente transitório é a única constância... Em consequência, a incerteza é a única certeza...

Valor: Outro tema que desenvolve é a crise das ideias de nação e nacionalismo no mundo líquido. Em certa medida, "a doçura de se sentir incluído", o sentimento de pertencimento a uma dada comunidade, se transferiu para as mídias sociais?

Bauman: Para as mídias sociais, para o mercado consumidor e para os Carnavais… Mídias sociais são "redes" fazendo o papel das comunidades enfraquecidas. Mercados consumidores: a partir dele, podemos comprar os ícones do pertencimento, mas sem o genuíno auto-sacrifício e a autoimolação que o pertencimento na vida real requer... E os Carnavais são similares às Copas do Mundo, aos jogos internacionais e às Olimpíadas. Esses três territórios "off-shore" resgatam a vida diária do "demasiadamente real", do pesado fardo do pertencimento corporal/espiritual…

Valor: Vê-se na Europa Ocidental, berço da ideia de nacionalismo, o fortalecimento de retórica e medidas anti-imigratórias, como na recente campanha presidencial francesa, ou ainda contra trabalhadores, mesmo que qualificados, como a proibição de pesquisadores estrangeiros de lecionarem em território francês. O nacionalismo, na verdade, não está recrudescendo?

Bauman: O nacionalismo tem muitas causas - todas elas muito diferentes… Na Europa, o nacionalismo não está em crise porque o que está em crise é justamente a soberania do Estado-nação. A responsabilidade pela incerteza atual é posta na recente mudança de situação [econômica]. Essa é a razão por que o capital político tenta se construir a partir dos medos nascidos de um processo mais amplo de separação entre o poder, a capacidade de fazer as coisas, e a política, a capacidade de decidir que coisas precisam ser feitas. Na verdade, a União Europeia é um escudo que protege os Estados membros de calamidades muito piores, caso ocorresse um divórcio entre eles. Os problemas que os políticos nacionalistas prometem resolver por meio da ressurreição da "soberania plena" do Estado-nação são fadados a se aprofundar, e não serem sanados, pela desmontagem desse escudo protetor. A imigração, outro alvo dos políticos nacionalistas, também não poderia ser suprimida sem minar a economia europeia, seriamente dependente da capacidade e da mão-de-obra importadas...

Valor: Como potência emergente, o Brasil - e os Brics em geral - são bem diferente das sociedades "líquidas" e pós-industriais que o senhor abordou em seus livros, o que ele pode apresentar de novo ao mundo no que diz respeito à cultura e ao modo de vida?

"Os Brics exalam o ar de uma ressureição. O Brasil, os demais do Brics e outros países são os centros potenciais de irradiação cultural"
Bauman: Os centros onde as inovações culturais estão sendo gestadas, de onde se irradiam as inspirações e estímulos culturais, são famosos por suas mudanças de rota. O tempo presente não oferece nenhuma exceção. Outra questão é que os padrões da "periferia" importados dos centros atuais e aparentemente imitados e copiados tendem a ser -com a ajuda do conhecimento acumulado - adaptados, reformados e reajustados criativamente para diferentes realidades. De um ponto de vista histórico, há uma deficiência ligada ao fato de "ser o primeiro" e há uma vantagem em "juntar-se mais tarde". Se as sociedades que já passaram de seu apogeu, objeto de meus livros sobre a modernidade, podem estar vivendo o "ocaso da civilização" - como intuído cem anos atrás por Oswald Spengler em seu "O Declínio do Ocidente" -, os Brics exalam o ar de uma ressurreição. O Brasil, os demais do Brics e outros países são os centros potenciais de irradiação cultural.

Valor: O consumismo é o pior aspecto das sociedades líquidas?
Bauman: Os candidatos ao primeiro posto são muitos, mas o consumismo é certamente um deles. Ele coloca em questão a sustentabilidade do planeta e, logo, as chances de sobrevivência da humanidade. Enquanto isso, corrói a solidariedade humana necessária para a defesa do futuro do planeta assim como pressiona e enfraquece os limites do ser humano. O consumismo também provoca muita dor e humilhação a uma massa de pessoas ameaçadas pela exclusão ao direito de uma vida decente e digna e relegadas ao status de "subclasse" - os frágeis consumidores...

Valor: Como o senhor desenvolveu o conceito de "sociedade líquida"?

Bauman: Ao longo de um século de sua breve história, a sociologia lutou para se estabelecer como "ciência/tecnologia da não-liberdade": como uma oficina para formatar as questões sociais que seriam resolvidas na teoria, mas, sobretudo, para colocar em prática o que Talcott Parsons articulou de maneira memorável como "a questão Hobbesiana". Em outras palavras, tratava-se de saber como levar os seres humanos, abençoados com a ambígua dádiva do livre arbítrio, a serem guiados de maneira normativa em direção a um fluxo de ações previsível; ou, ainda, como reconciliar o livre arbítrio com a vontade de se submeter à vontade dos outros - isto é, elevar a "servidão voluntária", antecipada por La Boétie no limiar da modernidade, a princípio supremo da organização social. Em resumo: como levar as pessoas a quererem fazer aquilo que elas devem fazer... Em nossa sociedade individualizada, a sociologia encara a oportunidade excitante de se transformar em uma "ciência/tecnologia da liberdade". Acho que a sociologia não tem muita escolha a não ser seguir, agora como sempre, o mundo em transformação. A alternativa seria a perda de relevância. No entanto, esse caminho "sem escolha" não deveria ser causa de desespero, muito ao contrário. A modernidade líquida de fato coloca os indivíduos, e isso significa todos nós, num estado de indeterminação e incerteza provavelmente irreversível, pois, em nossa condição de fragilidade e transitoriedade, a contingência se tornou nosso habitat natural. Entretanto, é com esse tipo de experiência humana que a sociologia precisa se envolver, em um diálogo contínuo.

Valor: Seus livros sobre a sociedade líquida, escritos em estilo muito menos acadêmico do que "Ensaios sobre o Conceito de Cultura", tornaram-se um sucesso junto a um público mais amplo. Como lida com esses diferentes perfis de leitores?

Bauman: O diálogo é certamente uma arte difícil. Significa esclarecer as questões em conjunto, mais do que conduzi-las por meio de seu próprio caminho; multiplicar as vozes, mais do que reduzi-las; ampliar as possibilidades, mais do que ter em vista um consenso total; perseguir o entendimento, em vez de visar a derrota do outro; e tudo isso deve estar animado pelo desejo de manter a conversa fluindo. Dominar essa arte consome um tempo terrível e não promete tornar nossa vida mais fácil. No entanto, promete torná-las mais excitante, mais útil aos outros, e transformar nossas escolhas profissionais em uma viagem de descobrimento contínua e interminável.

Valor: Qual a importância das teorias do sociólogo Pierre Bourdieu, que morreu há dez anos, para o desenvolvimento da disciplina?

Bauman: Na minha opinião, a grande contribuição de Bourdieu está em haver ressuscitado o comprometimento das ciências sociais, assim como seus conceitos de capitais cultural e social. Além disso, atualizou os argumentos para a crítica da economia capitalista centrada nos lucros dos acionistas.

Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 16 de março de 2012

Zygmunt Bauman: "Hoy nuestra única certeza es la incertidumbre".

Su pensamiento y su obra han sido analizados en una docena de libros. Hijo de una familia judía humilde, ex marxista polaco huido del estalinismo, se refugió en la universidad británica -Universidad de Leeds- y se convirtió en un superventas filosófico. Tirando del hilo de su concepto de modernidad líquida, que define los rasgos característicos de nuestra época, ha escrito sobre la vida líquida, el amor líquido, los miedos líquidos.

POR IMA SANCHÍS - La Vanguardia

ZYGMUNT BAUMAN: "Estamos asustados por la fragilidad y la vacilación de nuestra situación social."


Cuál es su descubrimiento más reciente?
Con un pie en la tumba intento hacer balance, y mi constatación es que acabaré donde empecé.

¿Buscando una sociedad perfecta?
Sí, hospitalaria para los seres humanos.

¿Qué ha aprendido en el trayecto?
He vivido bajo diferentes regímenes, ideologías, modas..., y lo que me resulta más sorprendente es que hay dos valores sin los cuales la vida humana sería impensable: la seguridad y la libertad.

Reconciliarlos es imposible, dice usted.
Cuanta más libertad tengamos menos seguridad, y cuanta más seguridad menos libertad. En la sociedad, la conquista de libertades nos lleva a una gran cantidad de riesgos e incertidumbres, y a desear la seguridad.

Y entonces nos sentimos ahogados.
Sí, conseguimos que no nos atraquen por la calle, que si caemos enfermos nos atiendan, pero nos volvemos dependientes, subordinados, y eso nos hace sufrir. Así que volvemos a evolucionar a una mayor libertad.

¿En qué punto estamos hoy?
Estamos asustados por la fragilidad y la vacilación de nuestra situación social, vivimos en la incertidumbre y en la desconfianza en nuestros políticos e instituciones. Estudiar una carrera ya no se corresponde con adquirir unas habilidades que serán apreciadas por la sociedad, no es un esfuerzo que se traduzca en frutos. Toda esta precariedad se expresa en problemas de identidad, como quién soy yo, qué pasará con mi futuro.

Y así llegamos a sus fluidos: sociedad líquida, amor líquido, miedo líquido...
Sí, la modernidad líquida, en la que todo es inestable: el trabajo, el amor, la política, la amistad; los vínculos humanos provisionales, y el único largo plazo es uno mismo.

Todo lo demás es corto plazo.
No se da el tiempo para que ninguna idea o pacto solidifique. Este enfoque ya forma parte de la filosofía de vida: hagamos lo que hagamos es de momento, por ahora.

Nada dura para siempre, ni siquiera el futuro.
Hoy nadie construye catedrales góticas, vivimos más bien en tiendas y moteles.

¿Y por qué lo considera un problema?
Objetos y personas son bienes de consumo, y como tales pierden su utilidad una vez usados. La vida líquida conlleva una autocrítica y autocensura constantes; se alimenta de la insatisfacción del yo consigo mismo.

Nos hemos quedado sin utopías.
La felicidad ha pasado de aspiración para todo el genero humano a deseo individual. Se trata de una búsqueda impulsada por la insatisfacción en la que el exceso de los bienes de consumo nunca será suficiente.

Y llegamos al consumidor consumido.
Hemos trasplantado unos patrones de comportamiento creados para servir a las relaciones entre cliente y producto, a otros órdenes del mundo. Tratamos al mundo como si fuera un contenedor lleno de juguetes con los que jugar a voluntad. Cuando nos aburrimos de ellos, los tiramos y sustituimos por algo nuevo, y así ocurre con los juguetes inanimados y con los animados.

Es decir, otros seres humanos.
Sí, hoy una pareja dura lo que dura la gratificación. Es lo mismo que cuando uno se compra un teléfono móvil: no juras fidelidad a ese producto, si llega una versión mejor al mercado, con más trastos, tiras lo viejo y te compras lo nuevo.

¿Qué efectos tiene en el ser humano?
Una actitud racional para con un objeto es una actitud muy cruel para con otros seres humanos. El consumismo es una catástrofe que afecta a la calidad de nuestras vidas y de nuestra convivencia. Creemos que para todos los problemas siempre hay una solución esperando en la tienda, que todos los problemas se pueden resolver comprando, y esto induce a error, nos debilita.

¿Por qué nos debilita?
Porque nos priva de nuestras habilidades sociales, en las que ya no creemos.

¿Cómo construirse a uno mismo, hallar la felicidad en este mundo líquido?
Hay dos factores que cooperan para modelar el camino de la vida humana, uno es el destino, algo que no podemos cambiar, pero el otro elemento es el carácter.

Ese sí lo podemos moldear.
El destino dibuja el conjunto de opciones que tienes disponible, siempre hay más de una opción. Luego el carácter es el que te hace escoger entre esas opciones. Así que hay un elemento de determinación y otro de libertad.

¿Hay que resistirse para ser libre?
Viviendo en una sociedad de consumidores, resistirse a ser un consumidor es una opción posible pero muy difícil. Por lo tanto, la probabilidad de que la mayoría de las personas decida resistirse al consumismo es una probabilidad muy lejana, aunque todas las mayorías empezaron siendo minorías.

¿Alguna solución individual?
Uno no sólo puede, sino que debe vivir su propia vida y el modelo de vida que le encaje, consciente de las consecuencias y costes que acarrea. Y el problema de mejorar la sociedad, y esta es la respuesta a todas las preguntas futuras que me pueda hacer usted.

¿...?
Se resume en hacer que la sociedad sea más benevolente, menos hostil, más hospitalaria a las opciones más humanas. Una buena sociedad sería la que hace que las decisiones correctas sean las más fáciles de tomar.

(Fonte: Revista Ñ, Jornal Clarín, http://www.revistaenie.clarin.com/ideas/filosofia/Zygmunt-Bauman-certeza-incertidumbre_0_626337554.html . Matéria publicada em 12/01/12 ).

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

VÍDEO - Programa Milênio entrevista Zygmunt Bauman:"nós hipotecamos o futuro".

Fonte: http://g1.globo.com/globo-news/milenio

Nesta entrevista, acima disponível na íntegra, o sociólogo polonês analisa o comportamento violento de jovens ingleses, no último ano de 2011, ao saquearem e depredarem lojas em várias cidades inglesas. Para ele, tais eventos são sintomas de uma sociedade de consumidores a qual produz sujeitos falhos. Indivíduos incapazes, pois, de assumirem um modelo de cidadania que preconiza a compra constante de objetos como signo de inclusão social.