"A finalidade da educação...é contestar o impacto das experiências do dia-a-dia, enfrentá-las e por fim desafiar as pressões que surgem do ambiente social.Mas será que a educação e os educadores estão à altura da tarefa? Serão eles capazes de resistir à pressão? Conseguirão evitar ser arregimentados pelas mesmas pressões que deveriam confrontar?"

Zygmunt Bauman, 2007


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Vídeo: diálogos com Zygmunt Bauman

No dia 25 de Julho deste ano, em Londres, a equipe do Café Filosófico e do Fronteiras do Pensamento entrevistou o sociólogo polonês em sua casa. Nesta oportunidade, Bauman falou sobre alguns aspectos de sua obra, sempre em consonância com os dilemas da sociedade contemporânea.

                                  
 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Bauman analisa distúrbios sociais em Londres para Jornal O Globo

Entrevista

'Foi um motim de consumidores excluídos', diz sociólogo Zygmunt Bauman

Publicada em 12/08/2011 às 22h29m
Fernando Duarte (fduarte@oglobo.com.br) Controntos na periferia de Londres,: Hackney foi um dos bairros atingidos/AFP
LONDRES - Um dos mais influentes acadêmicos europeus, já descrito por alguns comentaristas mais entusiasmados como o mais importante sociólogo vivo da atualidade, o polonês Zygmunt Bauman viu nos distúrbios de Londres uma aplicação prática de suas teorias sobre o papel do consumismo na sociedade pós-moderna. Um assunto que o acadêmico, radicado em Londres desde 1968, quando deixou a Polônia após virar persona non grata para o regime comunista e por conta de uma onda de anti-semitismo no país, explorou bastante em conjunção com as discussões sobre desigualdade social e ansiedade de quem vive nas grandes cidades.
Aos 85 anos, autor de dezenas de livros, como "Amor líquido" e "O mal-estar da pós-modernidade", Bauman não dá sinais de diminuir o ritmo. Há cinco anos, no lançamento de "Vida para Consumo", uma de suas obras mais populares, fez uma turnê por vários países. Em entrevista ao GLOBO, por e-mail, ele afirma que as imagens de caos na capital britânica nada mais representaram que uma revolta motivada pelo desejo de consumir, não por qualquer preocupação maior com mudanças na ordem social.
- Londres viu os distúrbios do consumidor excluído e insatisfeito.
O GLOBO: O quão irônico foi para o senhor ver os distúrbios se concentrando na pilhagem de roupas e artigos eletrônicos?
ZYGMUNT BAUMAN: Esses distúrbios eram uma explosão pronta para acontecer a qualquer momento. É como um campo minado: sabemos que alguns dos explosivos cumprirão sua natureza, só não se sabe como e quando. Num campo minado social, porém, a explosão se propaga, ainda mais com os avanços nas tecnologias de comunicação. Tais explosões são uma combinação de desigualdade social e consumismo. Não estamos falando de uma revolta de gente miserável ou faminta ou de minorias étnicas e religiosas reprimidas. Foi um motim de consumidores excluídos e frustrados.
O GLOBO:Mas qual a mensagem que poderia ser comunicada?
BAUMAN: Estamos falando de pessoas humilhadas por aquilo que, na opinião delas, é um desfile de riquezas às quais não têm acesso. Todos nós fomos coagidos e seduzidos para ver o consumo como uma receita para uma boa vida e a principal solução para os problemas. O problema é que a receita está além do alcance de boa parte da população.
O GLOBO:Trata-se de um desafio a mais para as autoridades na tarefa de acalmar os ânimos, não?
BAUMAN: O governo britânico está mais uma vez equivocado. Assim como foi errado injetar dinheiro nos bancos na época do abalo global para que tudo voltasse ao normal - isso é, as mesmas atividades financeiras que causaram a crise inicial - as autoridades agora querem conter o motim dos humilhados sem realmente atacar suas causas. A resposta robusta em termos de segurança vai controlar o incêndio agora, mas o campo minado persistirá, pronto para novos incêndios. Problemas sociais jamais serão controlados pelo toque de recolher. A única solução é uma mudança cultural e uma série de reformas sociais. Senão, a mistura fica volátil quando a polícia se desmobilizar do estado de emergência atual.
O GLOBO:Jovens de classe baixa reclamam demais da falta de oportunidades de trabalho e educação. O senhor estranhou não ter visto escolas pegando fogo, por exemplo?
BAUMAN: Qualquer que seja a explicação dada por esses meninos e meninas para a mídia, o fato é que queimar e saquear lojas não é uma tentativa de mudar a realidade social. Eles não se rebelaram contra o consumismo, e sim fizeram uma tentativa atabalhoada de se juntar ao processo. Esses distúrbios não foram planejados ou integrados, como se especulou no início. Tratou-se de uma explosão de frustração acumulada. Muito mais um porquê que um para quê.
O GLOBO:Mesmo o argumento de protesto contra os cortes de gastos do governo não deve ser levado em conta?
BAUMAN: Até agora, não percebi qualquer desejo mais forte. O que me parece é que as classes mais baixas querem é imitar a elite. Em vez de alterar seu modo de vida para algo com mais temperança e moderação, sonham com a pujança dos mais favorecidos.
O GLOBO:Mais problemas são inevitáveis, então?
BAUMAN: Enquanto não repensarmos a maneira como medimos o bem-estar, sim. A busca da felicidade não deve ser atrelada a indicadores de riqueza, pois isso apenas resulta numa erosão do espírito comunitário em prol de competição e egoísmo. A prosperidade hoje em dia está sendo medida em termos de produção material e isso só tende a criar mais problemas em sociedades em que a desigualdade está em crescimento, como no Reino Unido.
Fonte: Jornal O Globo. http://oglobo.globo.com

sábado, 8 de outubro de 2011

Revista Espaço Acadêmico (UEM) publica Dossiê sobre Zygmunt Bauman.

Neste mês de Outubro foi lançado o Dossiê Zygmunt Bauman pela Revista Espaço Acadêmico (UEM). O periódico, o qual possui Qualis Capes, traz nessa edição 4 artigos que problematizam conceitualmente aspectos da obra do sociólogo polonês. De diferentes ângulos, desse modo, são abordadas temáticas que denotam que o pensamento do autor se mostra como ferramenta conceitual eficaz para pensar o contemporâno. Diante do que temos conhecimento, até o momento, trata-se do primeiro dossiê sobre o pensamento do autor em periódicos nacionais. Isto indica, portanto, o quanto a análise de sua obra e disseminação entre os pesquisadores das ciências humanas ainda se mostra um fenômeno recente em solo brasileiro.

O Dossiê Zygmunt Bauman pode ser acessado no link do periódico, abaixo:

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Cultura e Fronteiras do Pensamento entrevistarão Bauman em 22 de Julho.

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, autor de dezenas de livros (entre eles, Modernidade Líquida) e forte influência para grandes pensadores contemporâneos, concederá uma entrevista exclusiva à equipe da cpfl cultura em julho. Você poderá contribuir fazendo sugestões aqui, na caixa de comentários, sobre quais assuntos poderíamos tratar com ele.
As sugestões poderão ser feitas até o dia 20 de julho; no dia 22 as equipes da cpfl cultura e do programa Fronteiras do Pensamento estarão na Inglaterra para a entrevista com o autor. O vídeo, mais tarde, poderá ser transmitido como um café filosófico cpfl especial na TV Cultura, e trechos estarão disponíveis aqui no site.
Bauman foi convidado a participar da edição de 2011 do programa Fronteiras do Pensamento, mas imprevistos impediram sua vinda ao Brasil. A entrevista para a qual você poderá contribuir será uma rara oportunidade de interagir com um dos principais pensadores do mundo contemporâneo.

domingo, 19 de junho de 2011

Série analisa a pós-modernidade a partir de Bauman.

O programa "invenção do contemporâneo", da Tv Cultura, realizou em 2009 uma série intitulada "o diagnóstico de Zygmunt Bauma para a pós-modernidade". Em um dos episódios, a professora e psicanalista Catherina Koltai/PUC-SP, analisa aspectos importantes das transformações históricas que incidem na família contemporânea. Para tanto, coaduna uma leitura freudiana com os diagnósticos de Bauman.





Seguem, abaixo, os links, ordenados de 1 a 7, para a reprodução do episódio:
Parte 3.http://www.youtube.com/watch?v=GtCvtAdxNzU&feature=related
Parte 4.http://www.youtube.com/watch?v=q765F7LyYHk&feature=related
Parte 5.http://www.youtube.com/watch?v=-PACBk_BaQY&feature=related
Parte 6.http://www.youtube.com/watch?v=od91Ih-zcCg&feature=related
Parte 7.http://www.youtube.com/watch?v=SY4utCMJETg&feature=related

sábado, 14 de maio de 2011

A AFLIÇÃO DE UMA VIDA LÍQUIDA: Filosofia Ciência e Vida entrevista Bauman.

Em seu número 58, a Revista Filosofia Ciência e Vida publica, neste mês de Maio, uma interessantíssima entrevista com Zygmunt Bauman, realizada pelo Prof.Renato Bittencourt. Nela, Bauman é indagado sobre diversas facetas da modernidade líquida, de modo que o leitor poderá encontrar esclarecimentos importantes sobre sua visão acerca das especificidades deste período sócio-cultural.
Link para entrevista na íntegra:

segunda-feira, 2 de maio de 2011

"O desmanche da solidez", O Estado de São Paulo entrevista Bauman.

Neste último sábado, 30 de abril, o jornal O Estado de São Paulo publicou entrevista com Zygmunt Bauman, onde o autor polonês analisa algumas intempéries da sociedade líquido-moderna. O sociólogo estará no Brasil, no mês de Julho, para o evento Fronteiras do Pensamento 2011, a realizar-se em São Paulo e Porto Alegre.(http://www.fronteirasdopensamento.com.br/)
Abaixo, link para a entrevista na íntegra:



quinta-feira, 14 de abril de 2011

Comentário sobre o capítulo "A Construção Social da Ambivalência".

Gostaríamos de indicar, para professores e alunos, o capítulo intitulado "A construção social da ambivalência", incluso na obra "Modernidade e Ambivalência"(Bauman, 1999). Neste capítulo, em especial, Bauman explora de forma aprofundada e define sua a categoria do "estranho". O estranho, na obra de Bauman, já havia sido explorado de maneira mais breve, em "O mal-estar da pós-modernidade" (1998). No capítulo em questão, de outro modo, o autor polonês disseca essa questão e analisa pormenorizadamente a forma como o estranho é construído em uma determinada sociedade. Trata-se de um texto denso e de muita clareza conceitual, o que nos permite trabalharmos os questionamentos levantados pelo autor na sala de aula e trazermos suas problematizações para a produção do "estranho" nas escolas brasileiras.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Zygmunt Bauman: "Sí, fui un espía del comunismo". Por Aida Eremariam THE GUARDIAN Y CLARIN

CLARIN EN LA FERIA DEL LIBRO : EL SOCIOLOGO RESPONDE LAS ACUSACIONES DE LA PRENSA POLACA (Clarin, 04/05/2007)

El brillante pensador afirma: "A los 19 años no podía saber lo que sé ahora a los 82".
BAUMAN. DESDE HACE CUARENTA AÑOS VIVE Y ENSEÑA EN LEEDS, INGLATERRA. DICE QUE EN POLONIA HAY UNA CAZA DE BRUJAS DE LA DERECHA.


En los últimos años, se ha puesto de moda —especialmente en aquellos países que, como Alemania y Polonia, sufrieron más directamente los excesos ideológicos de mediados del siglo XX— desenterrar el pasado, señalar con el dedo y atribuirse superioridad moral. El año pasado fue Gunther Grass; ahora le toca el turno al sociólogo polaco Zygmunt Bauman. Un artículo firmado por el historiador polaco Bogdan Musial alega que Bauman, que vive y enseña en Leeds, Inglaterra, desde hace más de 35 años, trabajó para el servicio secreto polaco y que participó en las operaciones de limpieza política de adversarios del régimen. "No voy a hacerle a Musial el honor de contestarle", dice Bauman. "No quiero darle peso o importancia a algo hecho de verdades a medias y un 100 por ciento de mentiras. Lo que ese artículo tiene de cierto no es nuevo, porque todos sabían que yo fui comunista, entre 1946 y 1967, y que presté servicios varios años en el así llamado ejército interno". El único dato nuevo, sostiene, es que realmente se incorporó al servicio secreto, pero sólo durante tres años, cuando tenía 19, y por esto "asumo total responsabilidad". En casi 50 libros (25 de ellos publicados desde que dejó la enseñanza en 1990), Bauman se ha dedicado a tratar de entender a la sociedad en que vivimos y, al hacerlo, se ha convertido en uno de los críticos sociales más renombrados de Europa. Bauman nació en Poznan, Polonia, en 1925, de modo que era adolescente cuando se produjo la invasión alemana. Su familia pudo tomar el último tren que salía para Rusia. Cuando tuvo edad suficiente, se unió a la Cuarta División del ejército polaco en el exilio en Rusia —no al Ejército Rojo, como generalmente se dice—, con el cual entró a Polonia. "Polonia era un país muy atrasado antes de la guerra, lo que se vio exacerbado por la ocupación. Si uno analiza el espectro político polaco de la época, verá que el Partido Comunista prometía la mejor solución. Su programa político era el más adecuado para las cuestiones que afectaban a Polonia. Y yo estaba totalmente comprometido con él. Las ideas comunistas eran una continuación de la Ilustración". "El hecho de que durante tres años colaboré con inteligencia es lo único que nunca había dicho". ¿Qué implicaba eso exactamente? "Es contraespionaje. Todo buen ciudadano debería participar en el contraespionaje. Eso es algo que mantuve en secreto porque firmé un compromiso de mantenerlo en secreto". ¿Contraespionaje quería decir informar sobre las personas que luchaban contra el proyecto comunista? "Eso es lo que se esperaba de mí, pero no recuerdo haber hecho algo así. No tuve nada que ver. Me sentaba en mi oficina y escribía. No era un campo en el que se pudiera recolectar información interesante". Bauman pronto dejó el servicio secreto y, en lo que se refiere al Partido Comunista, "gradualmente, como muchos otros en mi situación, llegué a la conclusión de que había una enorme distancia entre la palabra oficial y la práctica. Y entonces me convertí en un revisionista y rechacé la versión oficial del marxismo". Pagaría cara su apostasía. "El hecho que falta por completo en estos artículos es que, aunque cooperé por dos o tres años, fui objeto de persecución por parte de los servicios secretos durante quince años. Inmediatamente después, me espiaron, me denunciaron, plantaron micrófonos en mi departamento y me pincharon el teléfono. Me expulsaron de la universidad, impidiéndome por completo publicar". La purga antisemita de 1968 hizo que Bauman y su mujer, Janina, perdieran su empleo. Bauman y su esposa se reunieron con su hija en Israel, pero él no era sionista y se sintieron incómodos. Para cuando llegaron a Leeds, tenían más de 40 años. ¿Piensa ahora que esos tres años fueron un error? "Son parte de mi biografía. Asumo total responsabilidad por ellos. En aquel momento me pareció que era lo correcto. Algunas decisiones en la biografía de todos pueden ser consideradas equivocadas, salvo que no lo parecen en su momento. Cuando tenía 19 años, no sabía todo lo que sé ahora que tengo 82".
 
Fonte:
http://edant.clarin.com/diario/2007/05/04/sociedad/s-04101.htm

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Novo periódico:

Está sendo preparada, para sua primeira edição, a Revista Cadernos Zygmunt Bauman. Com o objetivo de discutir a obra do sociólogo polonês, bem como com o intuito de abrigar análises que potencializam o pensamento de Bauman em diversas áreas, a Revista tem sua primeira edição com previsão de edição para o final de Janeiro deste ano. O editor-chefe é o Prof.Dr.Renato Bittencourt, da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí - FAFIPA.
Cadernos Zygmunt Bauman já está aceitando a submissão de artigos, para suas edições subseqüentes, através de seu portal: www.filosofiacapital.org/ojs-2.1.1/index.php/cadernoszygmuntbauman/index